segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mortificando.

Ninguém mede a desmesurada fome que de ti tenho. A indigência, gosto aturado de vestir minha nudez e entreter minha pele junto a tua até suar por todos os poros. Mas esses seus pseudônimos, deixam-me cada vez mais confuso, não sei o que queres. Às vezes acho que de mim só queres meu corpo cru, para colocar em prática a sua literatura. Usas-me somente para diversão para depois deleitar-me em seus braços derramando seu veneno e perfurar-me o íntimo com a adaga posta em sua mão, outrora suave. Se minto é pra me esconder da solidão, tenho medo de machucar-te e sei que o farei caso o omitido tornar-se público. Medo de mortificar os que eu amo, os que pensam que de mim jamais sairá a incoerência, aqueles que pensam que serei eternamente puro. Infelizmente não consigo desfazer-me da minha segunda face, sou uma mentira. Eu passava muito bem sem ti que se tornou devassidão, meus olhos ardem ao encontro dos seus, vício. Tenho que ir. Por favor, não vá! Fique eternamente junto a mim, meu corpo atrelado ao seu, formando um só. Se o que queres é que eu mostre meu verdadeiro eu, assim farei. Abrirei a janela, subirei ao palco de braços abertos e confessarei ao mundo o meu apego por ti. Não gostaria de alimentar demasiadas ilusões. Não consigo dizer que é isso o que aspiro. A sensação de obter um caso impensado por mentes alheias estremece minha alma, aflige meu peito e domina minha mente até fundir-me no eco das mentiras.

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